Não há dúvida que as inovações tecnológicas trazem novos enfoques e algumas soluções para uma série de questões e problemas contemporâneos. Em relação ao meio ambiente não é diferente.

Segundo Thales de Andrade, professor e pesquisador da Faculdade de Ciências Sociais da PUC- Campinas, “Ao invés de enfocar tecnologias específicas e seus efeitos imediatos, o tema da inovação lança um olhar abrangente e sistêmico sobre o fenômeno tecnológico. A constituição de redes sociotécnicas descentralizadas e democráticas e ambientes de inovação plurais e eficientes representam atualmente questões fundamentais para o ambientalismo” (in Inovação Tecnológica e Meio Ambiente: a construção de novos enfoques. Revista Ambiente & Sociedade, 2005).

Vale destacar que, se as inovações tecnológicas são aplicadas na resolução de problemas ambientais e estão de acordo com o avanço da legislação ambiental, elas podem ser grandes parceiras. Por exemplo, energia solar, energia eólica, carros elétricos, prédios verdes, uso de material reciclado e tantos outros meios de produção sustentável e redutores de impactos ambientais podem ser aprimorados cada vez mais através das inovações.

Claro que sempre se pode argumentar que esses exemplos estão ligados a condições técnicas específicas e buscam diminuir os impactos de práticas incrementais, sem levar em consideração as múltiplas relações sociotécnicas e ambientais, os sistemas produtivos e as muitas trajetórias tecnológicas possíveis. Isso sem contar com a viabilidade econômica, que precisa ser mantida em vista.

Embora a questão seja relevante, não podemos esquecer que já existe uma geração de novas tecnologias capaz de nos ajudar a manter equilibrada a balança entre desenvolvimento e preservação da natureza.